No último sábado, 26/05, os trabalhadores em cooperativas do Espírito Santo reuniram-se em assembleia geral para deliberar sobre a contraproposta patronal para renovação dos itens econômicos das Convenções Coletivas de Trabalho dos ramos Geral/Educacional, Saúde/Especialidades Médicas, Agropecuário, Trabalho e Transporte e Crédito. O evento aconteceu no auditório da faculdade Estácio de Sá na capital Vitória e contou com a participação de centenas de trabalhadores de diversas cooperativas vindos de todas as regiões do estado.
Na abertura da assembleia, o presidente do sindicato dos trabalhadores em cooperativas do Espírito Santo – Sintracoop - ES, Evaristo Lunz Gomes, elogiou a disposição dos funcionários que, mesmo em meio a incerteza de conseguirem chegar a Vitória por conta da greve dos caminhoneiros, correram o risco e conseguiram participar da assembleia e retornarem para as suas casas em segurança. “Eu queria iniciar dizendo que nós estamos do lado dos caminhoneiros. Nós também não aguentamos tantos impostos, alta recorrente não só dos combustíveis, mas também dos principais bens de consumo. Mas hoje nós precisávamos estar aqui. Precisávamos decidir sobre o nosso futuro e vocês saíram de suas casas, com chuva, com a greve nas estradas e estão aqui representando todas as cooperativas do estado e levarão aos companheiros de trabalho que não puderam comparecer as decisões tomadas nesta assembleia. Desde já, meu muito obrigado a todos que compareceram”. Convidado pela entidade, o ex-governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, fez questão de prestigiar a categoria e parabenizou os trabalhadores pela mobilização. “Gostaria de enaltecer a importância de vocês estarem reunidos aqui, juntos em prol de melhorias nas condições de trabalho. Essa união é o caminho para garantir as conquistas”, elogiou.
Antes de apresentar as propostas, Evaristo deu um panorama da situação pós reforma trabalhista para os sindicatos e para os trabalhadores. “Com tudo que está acontecendo conosco nos últimos meses, esta tentativa de acabar com os sindicatos, ter vocês aqui conosco nos dá forças para seguir em frente com o nosso trabalho. Como diz o nosso Santo Papa: “Não existe uma boa sociedade, sem um bom sindicato”, por isso tentamos dar o nosso melhor para que vocês e suas famílias tenham garantidos boas condições de salário e trabalho. Estamos em um caminho de fortalecimento sindical e pra isso nós contamos com vocês, para revolucionar mais uma vez o mundo do trabalho, pelas mãos não de um governo irresponsável, mas sim pelas mãos dos trabalhadores. Estes sim são capazes de fazer a revolução”.
Após a apresentação da contraproposta patronal que oferecia um reajuste de salário 2% para o ramo crédito e de 1,7% para os demais ramos, os trabalhadores votaram por unanimidade para rejeitar toda a pauta apresentada pela OCB e autorizar o sindicato a dar prosseguimento as negociações com as cooperativas até que se chegue a um nível aceitável para os trabalhadores. “Como eu disse antes, temos visto o aumento de tudo, carga tributária exorbitante e o patronal ao invés de dar ao trabalhador um auxílio para que possam viver com dignidade, pega carona na ladainha do governo de uma inflação neste patamar. Isso é chamar o trabalhador de inocente. Mas aqui nós temos sindicato, temos quem os represente. Os trabalhadores sabem que são eles os responsáveis para que o cooperativismo esteja no caminho do progresso, que os diretores percebam que esta é uma via dupla, se o cooperado ganha é porque o trabalhador produziu, então nada mais justo que todo mundo tenha sua parcela”, discursou Evaristo.
A partir de agora, o sindicato vai protocolar na OCB um oficio informando a rejeição da assembleia e solicitar que sejam agendada novas mesas negociações para melhorar esta proposta. O secretário geral da entidade, Everaldo Souza, pediu as cooperativas um pouco de sensibilidade nas negociações para que todos fiquem satisfeitos. “Sabemos de toda a situação política e econômica que se encontra nosso país, não somos irresponsáveis. Não queremos quebrar nenhuma cooperativa, mas queremos que o patronal coloque a mão na consciência e perceba que o trabalhador não está conseguindo arcar com todas as suas despesas. Acreditamos em uma boa negociação, em empatia por parte das cooperativas para que todos saiam felizes após o final das negociações”, ponderou Everaldo.
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